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“Feel-good melancholy”. É como o site canadense Exclaim! define a banda californiana Letting Up Despite Great Faults. Que cai bem também para seu novo EP Paper Crush. Uma modesta visão do outono, em tons sutis de primavera.

O Letting Up Despite Great Faults (LUDGF) é Michael Lee, (programação, vocais e guitarra) e Kent Zambrana (baixista e teclados), e ao vivo ainda conta com Chris Gregory (guitarra) e Rachel Koukal (teclado, sintetizadores). Em “The Colors Aren’t You Or Me” (música do LP de 2009) até um fã faz uma participação nos vocais.

Com uma trajetória curta como Paper Crush, o LUDGF é conhecido por seu gênero shoegaze. Fundamentado em vocais leves e uma melodia pop, brilha com o seu eletrônico de base e sua melancolia de fundo. Na carreira da banda, um LP (Letting Up Despite Great Faults/2009), dois EP’s: (Movement/2006 e Paper Crush/2011) e a canção “Disasters Are Okay” no seriado One Tree Hill (triste, triste). Ouça:

Divergindo dessa ótica tristonha, Paper Crush mostra um LUDGF mais pop e quase dançante. O EP começa com Repeating Hearts

em uma atmosfera alegre e ensolarada. Seguida por Sophia In Gold (com a intro mais bonita do EP) no mesmo clima.

Ainda nesta ideia animada, Teenage Tide se destaca pelos riffs de guitarra.

Letting Up Despite Great Faults – Teenage Tide by lettingupFora isso, é mais do mesmo. O EP tem certa coerência, mas as músicas soam tão parecidas e com efeitos tão pouco originais, que quando paramos para ouvir faixa por faixa percebemos uma mesmice inclassificável. Uma acomodação da banda, mas que não soa tão mal.

I Feel You Happen é a mais curtinha de todas, com o baixo mais acentuado e a bateria sobrepondo os efeitos eletrônicos. O vocal é aquele sussuro singelo e acolhedor. A música explode lá pelos primeiros minutos e vale muito a pena. Com certeza é o ponto alto do EP.

E então, para finalizar, a bonita Aurora. Faixa instrumental do álbum (a minha favorita) e cheia da melancolia do Letting Up. Mas, com aquele tom enérgico que Paper Crush tem.

Embora, o LUDGF soe como algo que você já ouviu, (a banda lista mais de 300 bandas como influência para seu som) ele ainda vale a pena. É uma revisitação do tudo, com um toque próprio e uma natureza peculiar.

E assim, o Letting Up se define para mim.

Sons para esfriar os dedos das mãos e aquecer os corações.

MARINA RIMA
marinarima@brrun.com