Indie Carnaval. É assim que o Copacabana Club define seu gênero musical em sua página do Facebook. Mas, não é para menos. Com Tropical Splash lançado em Junho deste ano, os Copas (como eles mesmos se denominam) mostram que o Brasil também é indie rock, synthpop e new wave. Mas é claro, em um tom bem bossa nova.
Nem parece, mas esse é o primeiro LP do Copacabana Club. Na ativa desde 2007, a banda é junção de Alec Ventura (vocal/guitarra), Cacá V (vocal/sintetizadores), Tile Douglas (baixo), Rafael Martins (guitarra) e Claudinha Bukowski (bateria). Nascida em Curitiba e criada no mundão, não demorou para o Copa cair no gosto do público. Em 2008, saiu o EP King of the Night que fez de Just Do It o single da época. Foi até trilha sonora de um comercial do canal de tevê Fox. Isso sem contar a parceria com a MTV, em trilhas de vinhetas e com um blog no site da emissora no Brasil. E também com a Multishow, na trilha de abertura do seriado “Nós 3”.
É, o Copa é pop. E não poupa ninguém.
Em ritmo de festa então, recebemos de braços abertos Tropical Splash. Celebrando o LP oficial, as apresentações nos festivais (A banda tocou no festival South by Southwest, no Texas), e o som dançante da banda, porque o Copa é coisa nossa!
O disco inicia power. Mrs. Melody, Sounds Like Confusion e Sex Sex Sex são dignas de pistas de dança de NY.
Na primeira, destaque para a bateria animadíssima e os vocais de Cacá e Alec. A dupla baixo e guitarra também não deixam a desejar. Bom para dançar.
Sounds Like Confusion começa com a guitarra suja, no estilão garage e o sintetizador dando aquele tom moderninho. A letra acompanha tudo na mais perfeita sintonia. De novo os vocais brilham e a melodia é envolvente (principalmente do meio para o fim). E Sex Sex Sex é a chave de ouro. Menos dançante, porém com uma carga maior de sensibilidade. Seja no riffs de guitarra, seja nos gritinhos alucinados e nos tons de rouquidão de Cacá.
Em Pas Toujours percebemos a presença forte da produção de Dudu Marote, no tom sintético do início da faixa. É para preparar para o que está por vir: uma explosão tropical, típica do Copa. Que se reinventa na voz de Alec e encanta nos efeitos eletrônicos (E na loucura da guitarra – a grande graça do final da faixa).
Comeback, também advinda do EP de 2008, vem em uma versão mais clean. A empolgação da banda como um todo, (a intro é bem legal, embora destoe um pouquinho do resto da faixa) e o tom animadinho dos instrumentos voltam no Copacabana Club que a gente conhece. É pop e agrada a todo tipo de paladar.
Peach é engraçadinha. A letra é tão ruinzinha que até desanima um pouco. Mas, a melodia é bacana. A essa altura já deu para perceber que é disco é um pouco vazio de sentido. Tudo depende, é claro, o que você espera de um disco. Desse em questão eu esperava por músicas para dançar. Então, seguimos OK.
King of the Night também do EP, é uma das melhores da banda. Gosto do dueto nos vocais e do ritmo acelerado da canção. Agita até a mais preguiçosa das criaturas.
Tropical Splash é ótima para descrever o verão da high society. Bons drink, cadeiras de acrílico e piscinas de um azul sem fim. Tudo isso incluso na voz derretida de Cacá e nos sintetizadores brilhando nas lentes de um Ray Ban Wayfarer. (Libertino e Moderninho)
Just Do It dispensa descrição. Se você não ouviu até hoje, aperte o play e tire suas conclusões.
Nada mais oportuno, após 12 faixas ensolaradas, é preciso de um tom lunar para finalizar esta tarde tropical.
E se preparar para a pista. Passos não vão faltar.
marinarima@brrun.com