Hyères 2013: Entrevista com Maurice Scheltens e Liesbeth Abbenes

Conversamos com membros do júri da 28ª edição do Festival de Hyères: Maurice Scheltens e Liesbeth Abbenes

 

Maurice Scheltens by Rene Habermacher ©

Liesbeth Abbenes by Rene Habermacher ©
Maurice Scheltens and Liesbeth Abbenes by Rene Habermacher

 

Em 2002 eles colocaram um espaço entre seus nomes para consolidar e visualizar o relacionamento profissional deles. Scheltens é um fotógrafo de natureza morta que faz trabalhos autônomos e contratados ao mesmo tempo e Abbenes é uma artista autônoma com habilidades tradicionais de um artesão. Com certeza eles se encaixam nesse quesito, o que faz da colaboração deles uma sólida parceria, na qual créditos individuais não tem vez. Feita de fotos de natureza morta, com a presença de praticamente todo tipo de material tangível, de camisetas amaçadas e flores frágeis até constelações de móveis gigantes que preenchem espaços completamente, sempre trabalhando em estúdios. Eles fazem experimentos tentando convertes espaços dimensionais em superfícies planas. Eles exploram todo o potencial da fotografia e atingem o limite.

Além das exposições de seus trabalhos individuais, a dupla também exibe seus projetos em instituições culturais como a GallieraMusée de laMode Paris, o museu de fotografia Foam Amsterdam e o Kunsthal em Rotterdam.

Entre os clientes deles estão Valentino, Hermès, COS, Louis Vuitton, Arper, Scholten&Baijingse Yves Saint Laurent. ErevistascomoFantastic Man, The Gentlewomen, Pin-Up, The Plant e New York Times Style Magazine.

Scheltens e Abbenes ganharam, em 2012, o ICP InfinityAward, em Nova Iorque, na categoria Moda e Fotografia Aplicada.
 

Como uma roupa chama sua atenção? O que você procura enquanto está no set?
Sensibilidade nos materiais e no design. Ao olhar uma roupa frequentemente é possível ver se o estilista entende o trabalho dele sem parar muito cedo (ou muito tarde) no processo. Essa atitude tem ligação com a forma como nós também estamos tentando melhorar nossa própria criatividade.
 
 

Seu trabalho é focado na simplicidade e nas qualidades redutivas dele – pra você a moda é mais interessante na teoria do que na prática?
Nós estamos mais interessados no que nós estamos vendo do que no que nós sabemos ou deveríamos saber. Depois da ‘construção’ é que é o momento da verdade. Nossa curiosidade em testar uma ideia pelas suas qualidades visuais é a força que nos move. É por isso que continuamos procurando, experimentando e checando durante a sessão de fotos ao invés de fazer fotografias de um esboço feito na mesa de desenhos. Isso não significa que pensamentos ou desenhos não possam ser bonitos como eles são. É uma questão de colocar significado em todas essas aspirações.
 
 

Como membros do júri estavam acostumados a fotografar moda como objetos, vocês conseguem abstrair o miseencene, a apresentação e a pessoa para julgar apenas as roupas?
Na verdade nós temos o mesmo esforço e soluções para as roupas que nós temos ao fotografar moda ou qualquer outro objeto na frente das lentes. Talvez seja uma distância saudável que nós temos ao olhar para moda porque nós não estamos ‘super informados’. Nós respondemos ao que vemos com o mesmo olho crítico que nós fazemos com nosso próprio trabalho.
 
 

Como vocês trabalham em dupla – vocês tem duas visões distintas?
Nossa colaboração tem crescido através dos últimos dez anos. É uma evolução na qual nós crescemos individualmente um ao lado do outro e fica difícil dizer o que vem de cada um. Créditos individuais ficaram deslocados. Encare como um jogo de xadrez em que um faz um movimento e o outro responde… várias vezes.

 

TEAM BRRUN
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Fotos:  René Habermacher © Copyright — Hyères 2013

 

 

Clique aqui para relembrar a edição de 2012 do Festival.