Hyères 2013: Entrevista com Felipe Oliveira Baptista

Um bate papo rápido com o principal nome do júri, Felipe Oliveira Baptista

 

Felipe Oliveira Baptista, portrait by Rene Habermacher ©
Felipe Oliveira Baptista, portrait by Rene Habermacher ©

 

Nascido em 1975 em Azores, um arquipélago português, Felipe Oliveira Baptista é formado na Universidade de Kingston em Londres.  Lá ele estudou design e design de moda. Desde então trabalhou para Max Mara, Christophe Lemaire e Cerruti. Em 2003 ele fundou sua marca e hoje vive em Paris com sua esposa e os dois filhos. Suas criações já foram vendidas em lojas como a Colette e as Galerias Lafayette em Paris e a Podium em Moscou. Ele é membro do Chambre Syndicale de la Haute Couture. E foi nomeado diretor criativo da Lacoste em 2010.

Mas o atual trabalho de Baptista está fora do mainstream da moda. Ele é o principal nome do júri do Festival de Hyères 2013.

A seguir você confere um bate papo rápido que tivemos com ele.

 

Se eu pedisse para você olhar no começo da sua carreira e fizesse uma comparação de como a indústria trabalhava antes e agora, quais você diria que são as maiores diferenças?
Tudo ficou mais muito mais rápido, mais coleções, pré-coleções, colaborações e coleções cápsulas. A internet possibilitou um jeito totalmente novo para disseminar novos talentos, ideias e conceitos. É um cenário bem diferente do começo do século. Porém, nós parecemos estar em um tempo onde existe muito de tudo e ao mesmo tempo em que algo é descoberto está, ao mesmo tempo, acabado.

 

Ganhar Hyères + ganhar o ANDAM +
Fazer consultoria para outras marcas… Essa é o único caminho que os designers franceses têm para se consolidar hoje em dia? Eu acredito que Paris seja a semana de moda mais difícil para os estilistas. Entre todas as grandes marcas e uma presença grande de estilistas de outras nacionalidades, isso faz com que o holofote se torne menor, então, Hyères e ANDAM são grandes plataformas para conseguir divulgar seu nome.
Assim como trabalhar para outras marcas, se você for independente e fizer apresentações, é quase obrigatório.

 

Como você mantém uma marca de sportwear como a Lacoste tão relevante em escala internacional, e apelo internacional é vital para uma marca? De onde vem esse apelo – agradar diversos mercados ou manter o estilo e estética francesa que faz as pessoas desejarem?
Lacoste é relevante em uma escala internacional com mais de 1500 lojas por todo mundo. Nós criamos uma base e uma mensagem principal através dos desfiles, pré-coleções e campanhas publicitárias, mas são feitas adaptações regionais feitas para atender necessidades especificas do local.

 

Você sendo português sentiu dificuldades em entrar no mercado, mesmo tendo treinamento inglês? O que você acha da moda portuguesa atual? O que precisa ser melhorado para ganhar maior reconhecimento mundial?
Eu não sei… Eu não acho que minha nacionalidade ajudou ou me atrapalhou. Eu acredito que individualidade é mais forte que a nacionalidade de qualquer um.

 

Você também terá uma exposição em Hyères. O que você vai expor?
“Uma tela para o cérebro” é uma instalação feita de 100 telas de tamanhos diferentes que passam através do processo criativo de uma coleção: referências, colagens, desenhos, e vídeos para as páginas de revistas de moda.
A instalação vai envolver e vai ser mostrada novamente em uma exibição FOB, começando em outubro no MUDE, em Lisboa.

 

Felipe Oliveira Baptista, portrait by Rene Habermacher ©
Felipe Oliveira Baptista, portrait by Rene Habermacher ©

 

 

 

 

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Fotos:  René Habermacher © Copyright — Hyères 2013

 

 

Clique aqui para relembrar a edição de 2012 do Festival.