BRRUN | 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_VIDEOBRASIL | Olafur Eliasson

O Sesc realiza o 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea, e dentro dele acontece a mostra Panoramas no Sul.

Essa edição, a mostra trata de obras de naturezas diversas: vídeos, instalações, objetos impressos, performances e outras experiências artísticas. Foram reunidos 101 artistas nacionais e internacionais, colocando em destaque a produção cultural do sul geográfico geopolítico do mundo. Entre os artistas que participam da mostra destaca-se o dinamarquês Olafur Eliasson.

Olafur nasceu em Copenhagen, em 1967 e passou a infância entre a Islândia e a Dinamarca. Formado na Academia Real de Belas Artes, em Copenhagen, começou a apresentar suas esculturas e instalações em meados da década de 1990.

O processo da percepção da realidade está no centro de sua pesquisa artística, que parte da investigação de questões científicas e envolve a recriação de fenômenos naturais. Seus trabalhos, muitos de grandes dimensões e/ou instalados em espaços públicos, costumam atrair um público além daquele que está acostumado com o universo das artes visuais. Isso se dá pela interação que as obras de Olafur têm com o público.

O nome dado a exposição dessas peças na mostra foi Your body of work, e assim como seus outros trabalhos, deixa claro que muito do que percebemos não está fisicamente fora de nós, mas acontece, de fato, em nosso sistema sensorial.

Algumas obras têm destaque com o público, como a instalação montada em Inhotim, em Minas Gerais, que traz a tona a relação do homem e a natureza que o cerca, visando o lado sustentável.

Na Pinacoteca do Estado, Eliasson desenvolveu quatro grandes instalações que propõem experiências em torno da percepção de cor e orientação espacial “Na Pinacoteca, o artista usa o espelho como ferramenta óptica para tratar de geometria e percepção, além de conversar com a arquitetura do edifício – originalmente clássica, mas objeto de uma célebre intervenção recente do arquiteto Paulo Mendes da Rocha” afirma Jochen Volz, curador da mostra.

Take your time, 2008 está instalada no octógono, espaço central da Pinacoteca. Trata-se de um espelho inclinado e pendurado no centro do teto, que gira em torno do seu próprio eixo refletindo tudo o que estiver no espaço. Este trabalho já foi apresentado no Museum of Modern Art (MoMa), Nova Iorque, em 2008. O curioso dessa obra é a reação que causa nas pessoas que estão presentes no local. É contagiante o fato das pessoas deitarem no chão para contemplar a órbita do espelho no teto, levando em consideração o nome da obra.


Take your time, 2008

Outro destaque na Pinacoteca é a Slow light sphere, 2011. Uma esfera constituída por uma estrutura metálica e lâminas reflexivas, que fragmenta e redefine o espaço ao seu redor. Mais uma vez o artista utiliza técnicas de física e instrumentos simples, para deturpar a realidade do espectador.


Slow light sphere, 2011

Outra obra criada com exclusividade para São Paulo é a Microscope for São Paulo, 2001, onde quatro espelhos de amplas dimensões transformam os pátios da Pinacoteca em uma experiência de subversão espacial.


Microscope for São Paulo, 2001

E por fim Your shared planet, 2011. Um conjunto de aparatos caleidoscópicos que transforma a cidade em matéria-prima visual, instalado no belvedere da Pinacoteca.


Your shared planet, 2011

Já no Sesc Pompéia estão expostas mais quatro obras de Olafur, dentre elas destaca-se a Your felt path, 2011, trata-se de um ambiente fechado, que ao entrar você se depara com um “gás”, isso faz com que você perca a percepção do tempo e espaço, pois não é possível enxergar o local, apenas a fumaça. Essa falsa sensação de perda de noção de espaço traz ao público uma mistura de medo e novidade. Em outra obra exposta no Sesc Pompéia, Your empathic city, 2011, o artista propõe a paz em meio o caos. Trata-se de um vídeo, que Olafur combina a realidade cinza e empoeirada com filtros vibrantes de cor, distorcendo assim a problemática das metrópoles. O vídeo consegue te transportar para um outro lugar, uma grande metrópole nunca visitada, literalmente.


Your felt path, 2011


Your empathic city, 2011

Ainda encontramos: Shared hemisphere 1-6, 2011, The Structural Evolution Project, 2001, Waterfall, 1998 e Your body of work, 2011: a obra que dá nome à exposição é um labirinto de painéis coloridos e translúcidos, que se reorganiza em variações cromáticas à medida que o visitante o percorre.


Your body of work, 2011


Waterfall, 1998


The Structural Evolution Project, 2001

O resultado das experimentações do artista traz ao público uma reflexão de como vemos o que está diante de nós, e que tudo é passível de mudança, dependendo de sua percepção sensorial.

As obras estão expostas no Sesc Pompéia, Sesc Belenzinho e na Pinacoteca do Estado.

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Sesc Pompéia até 29 jan 2012
Rua Clélia, 93 São Paulo (11) 3871-7700

Sesc Belenzinho até 29 jan 2012
Rua Padre Adelino, 1000 São Paulo (11) 2076-9700

Pinacoteca do Estado até 08 jan 2012
Praça da Luz, 2 São Paulo (11) 3324-1000

IMPERDÍVEL!

Texto: Pérola Daibem & Aline Pires
Fotos: Pérola Daibem © Copyright 2011 – BRRUN.COM