Winston Chmielinski, nascido em 1988, formou-se em Artes pela New York University’s Gallatin School em 2011, e atualmente vive no Brooklyn.
Seus trabalhos são uma fluição entre a representação e a abstração, que formam com sua espontaneidade e cores vibrantes, retratos da personalidade e vida do pintor.
As pessoas em seus quadros não existem, seria entediante demais para ele fazer retratos de conhecidos, pois se trata não da representação da forma humana, mas o que se pode tirar disto. Ele busca descobrir toda a abstração possível existente em uma forma figurativa, toda a ‘sensação’ que pode ter dentro de um corpo ou de um rosto, incorporando nessas figuras as características de cada cor e pincelada.
As pinturas começam baseadas em uma combinação de elementos que lhe agradam e depois vão tomando formas sozinhas, muitas vezes até acidentalmente. Inspirado principalmente por Schiele, Bacon, de Kooning e Kirchner, ele não acredita que a arte possa ser perfeita, mas que durante o processo de pintura os elementos vão se harmonizando naturalmente.
Em algumas das telas a interação entre o que é sentido e o que é visto ganha reforço com seus contrastes extremos de cores e anatomia representada perfeitamente, já em outras as manchas não possuem uma real delimitação de espaços, criando uma sensação de não saber aonde termina uma cor e começa a outra.
Sabemos que essas manchas representam algo, mas diferente do que geralmente acontece quando observamos – seja pintura, fotografia ou um objeto no dia a dia – conseguimos ver a cor como um todo, não apenas como uma característica da imagem. A figuração ainda está ali, é reconhecível, mas o que podemos vivenciar com tudo que está na tela e as sensações que nos causam fazem disso um detalhe complementar. É como se a cor fosse uma representação total dela mesma, não é a forma ou o objeto que a traz, mas é a cor, em sua abstração, que nos traz a figuração.
Winston não quer criar imagens que nos absorvam, mas sim que nos deêm algo de novo.
O pintor está com a sua primeira exposição individual em Nova York. A Ecstatic Skin vai até o dia 31 de dezembro na Rivington Street.
MARINA KOENIGKAN
Fotos: Divulgação